Entrevista com Dora Leite, sempre-aluna
1 junho de 2016Dando continuidade ao projeto de publicação, em nosso site, de entrevistas com sempre-alunos, conversamos com Dora Siqueira Batista Leite, que estudou no Da Vinci até 2011. Dora foi aprovada – em primeiro lugar, para um intercâmbio internacional na Espanha. Segundo a sempre-aluna, o objetivo da viagem é estudar um semestre na Universitat de Barcelona, conhecendo novas pessoas, disciplinas e professores, além de ter contato com diferentes culturas e aprendizados múltiplos.
Confira abaixo a entrevista:
01) Nome completo: Dora Siqueira Batista Leite
02) Idade: 21 anos
03) Em que ano se formou no Da Vinci? Quantos anos estudou na escola?
Me formei em 2011. Estudei por oito anos no Da Vinci.
04) Prestou vestibular para qual curso, para qual faculdade?
Prestei vestibular para Psicologia, em várias faculdades do Brasil. Escolhi me matricular na Universidade de São Paulo. Estou no quarto ano, sétimo período, neste 2016.
05) Recentemente você foi aprovada, em primeiro lugar, em um concurso de bolsas da Faculdade de Psicologia da USP, para um intercâmbio internacional. Como foi o processo de seleção? Quando acontecerá?
O processo de seleção foi baseado em participações e aproveitamento acadêmicos. A classificação, portanto, foi feita partindo da média ponderada da/o aluna/o. A partir da nota da média ponderada, soma-se um ponto a cada atividade acadêmica na qual a/o aluna/o participou/realizou, como representação discente, organização de eventos, apresentação em congressos, realização de iniciação científica e monitorias. Assim, chega-se a uma pontuação para cada estudante e é feita uma tabela de classificação.
O programa de bolsas para a graduação da USP, no qual fui aprovada, se estenderá de agosto de 2016 a janeiro de 2017.
06) Qual é a expectativa para este intercâmbio?
É difícil descrever essa expectativa. Posso dizer que é uma sensação que me faz lembrar algo como se eu estivesse no topo de uma montanha-russa, logo antes da queda. É um não-saber que dá certo medo, na medida necessária para me impulsionar a viver, experienciar e sentir que queda será essa. Sendo mais concreta, penso que conhecerei muitas pessoas diferentes, de várias partes do mundo, conhecerei vários lugares ainda desconhecidos por mim e que guardam muita História e histórias a serem aprendidas. A Universitat de Barcelona já está me abrindo portas desde já, quando me deparei, ao escrever meu plano de estudos, com as disciplinas diversas que me despertaram grande curiosidade, por não serem do currículo brasileiro. Penso, enfim, que será um grande desafio e uma grande delícia essa oportunidade que estou tendo.
07) Acha que o ensino que teve no Leonardo da Vinci contribuiu para sua vida, tanto pessoal quanto profissional?
Sim. O Leonardo Da Vinci me deu bases importantes nos âmbitos culturais, de conhecimentos específicos, sobre relacionamentos interpessoais e em grupos. É um grande privilégio meu ter estudado nesta escola que me proporcionou vivências que ultrapassavam os livros didáticos – não deixando de dar importância a eles. O meu senso crítico, a maneira de me colocar e me comunicar, a implicação que tenho hoje em projetos e estruturas da Universidade eu devo muito a meus pais e as escolas que estudei, com destaque ao Da Vinci, lugar onde passei grande parte da minha construção como estudante e pessoa.
08) E na sua vida pessoal? Casou? Teve filhos? Não casei, nem tenho filhos… Esses são planos para um futuro distante ainda (risos). Moro com meu irmão – que também foi estudante do Da Vinci – em São Paulo, cidade que nascemos e onde vivemos vários anos de nossas vidas.
09) Quais as principais lembranças da época em que estudava no Leonardo da Vinci?
Lembro muito dos projetos interdisciplinares, como o Teatro da 2ª série do Ensino Médio, a Gincana Cultural, também do Ensino Médio, lembro-me de todas as Viagens Acadêmicas, muitas memórias boas. Lembro-me, nisso tudo, principalmente, das relações com as/os professores e funcionárias/os por quem cultivo grande carinho, além, é claro, das/os minhas/meus colegas – amigas/os pra vida toda. Construímos histórias que ficarão sempre vivas na memória.
10) Gostaria de deixar alguma dica/sugestão aos alunos que este ano prestarão vestibular? Bom, é importante colocar que o vestibular é um obstáculo pelo qual a gente se propõe atravessar. Por isso, muitas vezes, ele pode não nos dizer respeito, não fazer sentido, por ser externo: elaborou-se uma prova com conteúdos e perguntas que ainda não se sabem quais, sob critérios múltiplos e muitas vezes questionáveis. Trata-se de uma maneira de classificação, ainda limitada, para a entrada em um ensino superior que não consegue fazer caber todas/os as/os estudantes. Escrevo isso para deixar claro que o vestibular não pode ser visto como medidor certeiro e veredito do conhecimento e dos valores éticos e morais de um indivíduo. Ele é uma forma de medir alguns conteúdos e habilidades para quem quer entrar na universidade e, justamente por isso, é poderoso e precisa ser encarado, quando e se for colocado como meta, ou desafio.