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Brainstorming – Da tempestade nasce o texto

6 maio de 2019

Por Cristiano Carvalho

“You must write your first draft with your heart. You rewrite with your head.” Finding Forrester

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No filme “Encontrando Forrester”, o recluso e talentoso escritor William Forrester, interpretado por Sean Connery, dá a dica a um aluno de alta performance de uma área pobre no Bronx, Nova Iorque. “Você deve escrever seu primeiro rascunho com o coração e reescrevê-lo com sua cabeça.” Desde o Fundamental I, os alunos aprendem em Inglês que a escrita é um processo que exige inspiração e transpiração, combinando etapas que, ao serem seguidas, guiam o escritor ao longo do processo de criação do texto. Compartilharemos aqui, a primeira etapa desse processo, o “brainstorming”, que é a tempestade de ideias que dá vida a um texto.

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A turma do 8º ano Integral inicia o primeiro período de Inglês com o tema “Laços de Família”. Um dos trabalhos de produção escrita, neste caso um texto que compõe a 3ª nota do período, é a criação de uma narrativa descritiva a partir de uma foto que retrata um momento memorável na infância deles na companhia da família ou de amigos próximos. Muitos são os relatos que ouvimos de pessoas de todas as idades acerca da dificuldade em iniciar um texto. Há até um termo usado para descrever os sentimentos vivenciados por essas pessoas: é a chamada “Síndrome da Folha em Branco”. Que tal, então, uma tempestade para tentar encarar este desafio?

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Pedimos aos alunos para trazerem para a aula fotos de um momento especial de quando eles eram crianças. Já no início da aula pude perceber na minha turma (sou um dos três professores de Inglês dos 8ºs anos) uma atmosfera diferenciada: risadas, pedidos para ver e mostrar ao outro, lembranças…Eram as trovoadas que marcavam o início da tempestade. Disse a eles que trabalharíamos em pequenos grupos, mas não na sala de aula. Descemos, então, para a “Praça da Convivência”. Eram 8h15 de uma manhã ensolarada com temperatura agradável. A tempestade precisava de sol, pássaros e ar livre.

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Em grupos de três, a primeira etapa de nossa atividade foi a de contar para os colegas a história da foto. Em inglês, claro. Ativamos assim a memória e as habilidades da narrativa, sem muita preocupação com a “tarefa” de escrever. Após esse momento inicial de trocas e lembranças afetuosas, eu disse a eles que eles deveriam se separar e procurar um local calmo onde pudessem, sozinhos e em silêncio, listar todas as ideias que viessem às suas mentes e que estivessem relacionadas à foto escolhida. Eles fariam essa listagem sem a menor preocupação com a escrita, forma ou coerência das palavras e pequenas frases jogadas na folha em branco. O coração estava no comando. Ali ficaram, cada um no lugar que considerou mais aconchegante ou inspirador, por mais alguns minutos pensando, lembrando e escrevendo qualquer coisa sobre as imagens. Finalizado o tempo estimado, não havia uma folha sequer em branco. Nem a menor sensação de ansiedade em relação à escrita. De acordo com Daniel Goleman, renomado escritor e professor de Harvard especializado em inteligência emocional, “os centros de aprendizado do cérebro operam em seu pico quando estamos focados e tranquilos”.

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Terminada a tempestade em meio a tranquilidade que tanto ativa nossos cérebros, retornamos para a sala de aula para fazermos a seleção das ideias mais adequadas para serem aproveitadas e darmos início às etapas seguintes no processo da escrita (outline, primeira versão do texto, revisão, etc…). Mas isso é assunto para preencher outras folhas em branco…

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