Concurso cultural “Olhares e olhares para as potencialidades de Santa Teresa”
6 junho de 2016Por Paulo de Tarso Rezende Ayub
Na comunicação digital, alguns gêneros tradicionais vêm sendo revisitados e as produções mais artesanais cedem espaço para as fotomontagens, hipertextos e outros arranjos virtuais. Sem emitir juízos de valor em relação a essa tendência, não há como deixar de lidar com ela, sob os focos de apropriação e criticidade.
O cartão postal, que já foi menina dos olhos em décadas passadas – tanto por seu caráter afetivo, quanto pelo registro de memórias de viagem para partilha com pessoas queridas – hoje é mais encarado como um elemento exótico do que como um produto com função social; e não apenas pelas crianças que já nascem com expertise em tecnologia. Se como documento histórico merece até exposição no Palácio Anchieta, nos lares da modernidade ou nos bancos escolares figura mais como exceção do que como regra.
Como escola de perspectiva cultural, cultuadora de manutenções/resgates e inovações/reinvenções, entendemos oportuno fazer nossos alunos lidarem com gêneros tradicionais que jamais sairão de circulação e que acionam nos produtores ampliação de repertório, desejo de interferir no entorno e potencial criativo/crítico.
Assim, a proposta do concurso cultural acoplado à viagem acadêmica de Santa Teresa em 2016, mote para pesquisas, estudos e visitas de campo pelos alunos de quartos anos nas disciplinas de Ciências Sociais, teve como foco a produção de cartões postais inéditos sobre pontos inusitados do roteiro (para divulgação de potencialidades pouco exploradas turisticamente), com os alunos atuando como mentores de produções a serem utilizadas por terceiros.
As partes visuais estariam limitadas a desenhos artísticos com uma ou mais imagens (visão focada ou panorâmica) e a parte escrita deveria conter legendas poéticas e afetivas para retratar o objeto escolhido, sem deixar de lado a informatividade, com limitação de caracteres para atender aos aspectos de concisão e síntese tão cultivados na interação digital.
A combinação entre estética e funcionalidade que predominou no trabalho resultou na ampliação dos critérios de premiação (além dos cinco vencedores pela conexão entre imagem/escrita, menções honrosas pela qualidade da escrita; qualidade da estética; visão ambiental e criatividade). Muitas produções não premiadas também apresentam potencial para circular e compõem um painel qualitativo do conjunto da obra. Mérito de todas as professoras e alunos da série/segmento que abraçaram o concurso dispostos a fazer diferença.
4º ano I1
4º ano I2
4º ano A
4º ano B
Mural com as produções premiadas
A próxima etapa é transformar as produções vencedoras em objetos de circulação, a fim de que passem a fazer parte da paisagem em Santa Teresa e estimulem o resgate da remessa de cartões postais por moradores e visitantes, como apreciadores e divulgadores das belezas da paisagem humanizada (com intervenção humana) na Terra dos Colibris.
Para que uma iniciativa desse alcance não fique limitada ao segmento que o vivenciou, damos visibilidade às produções vencedoras. Como já prenunciava o título do concurso, trazem olhares e olhares para as potencialidades de Santa Teresa, escapando ao senso comum e exercendo a lecto-escritura para além dos muros da escola.
Confira as produções:
Concurso cultural – 1 Escrita João Pedro
Concurso cultural – 1 Estética Lina
Concurso cultural – 2 Escrita Luis
Concurso cultural – 2 Estética Pablo
Concurso cultural – 3 Escrita Miguel
Concurso cultural – 3 Estética Gabriel
