Aluno do Da Vinci é selecionado para participar de programa internacional de voluntariado
20 maio de 2015Em julho, o estudante da 3ª série do Ensino Médio Gabriel Guimarães Borges irá para a Índia participar de um programa internacional de voluntariado. Gabriel passou por uma intensa seleção que contou com a participação de estudantes de várias partes do mundo.
O estudante conheceu o programa enquanto participava, juntamente com outros alunos do Da Vinci, da 62ª Sessão da Harvard Model United Nations – HMUN 2015, o mais conceituado simulado da ONU no mundo, realizado anualmente na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que aconteceu entre os dias 25 de janeiro e 02 de fevereiro.
Confira abaixo a entrevista com o aluno sobre o programa, a seleção e suas expectativas.
Como ficou sabendo do programa?
Em um dos dias do Harvard MUN, ocorreu uma feira de atividades para o verão. Dentre as várias empresas presentes estava a Rustic Pathways, que oferece programas de voluntariado em localidades remotas para jovens do Ensino Médio. Conversando com uma funcionária, descobri que era anualmente ofertada uma bolsa para alunos residentes fora dos EUA, a Ambassador Grant. Ganhando essa bolsa eu poderia escolher entre um dos programas oferecidos pela empresa, dentre os quais eu optei pelo Service in the Clouds, na Índia.
- O que precisa para participar do programa?
Qualquer aluno em boa condição física pode participar de programas como esse. Para concorrer à bolsa, por outro lado, tive de preencher uma application apresentando atividades voluntárias nas quais eu me engajei durante minha vida escolar e mostrando porque essa experiência teria um impacto positivo sobre mim e minha comunidade. Nessa application os candidatos expõem porque podem fazer a diferença, tanto no programa quanto em futuros projetos. Nas palavras do coordenador do programa, Sr. Scott Matthews, “a Rustic Pathways busca jovens com sede de mudança, dispostos a sair da zona de conforto em benefício de suas comunidades.”
- Porque escolheu participar do programa?
Eu vejo esse programa como uma oportunidade de aprendizado ímpar, sendo a Índia o país mais interessante que eu poderia escolher por uma série de motivos. Primeiramente, eu me interessei muito pela oportunidade de poder entrar em contato com tradições milenares completamente diferentes das minhas, que ainda hoje moldam a vida de toda uma nação. Além da cultura indiana, eu também escolhi o Service in the Clouds pela oportunidade de conviver com refugiados tibetanos, com quem desejo aprender não apenas sobre conflitos políticos como também sobre seus riquíssimos costumes e religião. Contudo, acredito que o que mais me interessa na Índia é uma semelhança com o Brasil. Ainda que completamente diferentes do ponto de vista cultural, Índia e Brasil são países relativamente parecidos do ponto de vista socioeconômico, o que me leva a crer que atuar lá poderá me dar experiência para atuar aqui no futuro.
- Como foi a seleção?
Para concorrer à bolsa, tive que escrever três redações. Nelas eu descrevi minha experiência com trabalho voluntário, expliquei porque eu faria a diferença no programa e a razão pela qual o Service in the Clouds, na Índia seria o ideal para mim. Também descrevi minha ideia para o Follow-On Projet, projeto que os ganhadores da bolsa devem apresentar ao fim da viagem. Dos cerca de noventa candidatos, foram selecionados vinte jovens de dezessete nacionalidades, sendo eu o único brasileiro.
- Como o Da Vinci contribuiu para esta conquista?
Para ser selecionado para o programa tive que apresentar minha experiência com voluntariado. No Da Vinci tive a oportunidade de me engajar em projetos como a Parceria Solidária, em que eu dava aula de inglês para alunos da escola pública Aristóbulo Barbosa Leão, e as Campanhas Solidárias, nas quais eu participava da coleta de donativos para instituições carentes. Contudo, acredito que a experiência que mais me influenciou e contribuiu para essa conquista foram os fóruns acadêmicos, apresentados a mim pela escola. A experiência de participar diversas vezes desses eventos criou em mim curiosidade de conhecer (e aprender com) as mais diversas realidades e, o mais importante, fez nascer em mim a vontade de ser o agente da mudança. Se eu sempre discuti os problemas e pensei em soluções, agora eu terei a oportunidade de encarar a realidade. Cabe ainda ressaltar que eu tomei conhecimento desta bolsa durante um fórum.
- Quando acontecerá o programa?
Na segunda metade de julho eu irei à Nova Delhi, na Índia, e de lá, irei para dois vilarejos localizados aos pés da Cordilheira do Himalaia – McLeod Ganj (onde vive o Dalai Lama) e Balla. Eu ficarei uma semana em cada um deles.
- Descreva um pouco das atividades que irá realizar no local.
Em McLeod Ganj eu serei o tutor de um jovem refugiado tibetano, a quem eu darei aulas de inglês. Em Balla eu trabalharei na construção de escolas e em uma instituição para crianças com necessidades especiais. Em ambos os vilarejos eu participarei de atividades extras, como aulas de meditação e palestras com refugiados políticos.
- Qual a expectativa da viagem? O que ela poderá agregar no futuro para você?
Eu estou muito ansioso, já busquei vários textos sobre os vilarejos e sobre o país, além de inúmeras fotos. Entrar em contato com uma realidade e uma cultura completamente distintas certamente configurará um intenso choque cultural. Na Índia, trabalhando nessas condições, eu experimentarei um pouco do cotidiano dos funcionários de instituições nas quais eu desejo trabalhar no futuro, como a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e os Altos Comissariados das Nações Unidas para Refugiados e para Direitos Humanos. Eu também desejo cursar o ensino superior nos Estados Unidos, onde atividades como essas são extremamente valorizadas.