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Projeto Profissões – “Dilemas…”

14 agosto de 2014

Em tempos de Projeto Profissões no âmbito do Da Vinci, cujo propósito maior é instigar os alunos a pensar sobre sua trajetória e projetar o futuro, é oportuno dar vazão aos alunos que se dispõem a atuar como porta-vozes de tantos de seus pares.

Dilemas …

(Ana Carolina Pimenta Braga – 1ª série I-4)

    Em um país no qual o “recém-adulto” tem que  escolher sua profissão aos dezoito anos, a decisão do que fazer pelo resto da vida pode assustar a alguns. A angústia não está em deixar de passar no vestibular ou de entrar na faculdade dos sonhos, muito menos de tentar novamente no ano seguinte. O receio maior é acabar preso em uma vida que não se deseja ou não encontrar a melhor alternativa, durante a rápida passagem pelo Ensino Médio.

Para alguns, esta definição é simples, porque já vem em seu sangue ou foi formulada na cabeça desde o começo da juventude, mas para a maioria a indecisão preocupa. Para a autora deste texto, os dilemas falam mais alto: Medicina? Tenho pavor de agulhas. Engenharia? Parece que eu e os números nunca fomos bons amigos, Direito? Muito complexo e formal para minha cabeça tão atordoada. E assim segue a lista de profissões e das razões que me impedem de segui-las, o que daria um interminável livro.

Desde a infância, sempre me considerei uma pessoa criativa e excêntrica, tendo a escrita e a música como paixões marcantes. Assim, um dos meus maiores sonhos é seguir uma carreira na qual eu possa descarregar toda a criatividade que vive percorrendo a minha mente e corpo, dedicando 110% de mim, no que quer que eu decida fazer. Quem dera se eu pudesse aplicar a facilidade que tenho de transpor para o papel o que está em minha mente, para decidir por uma das diversas profissões espalhadas pelo mercado.

Quando penso no futuro, vejo-me em torno de um dilema: se quero ser uma adulta apaixonada por seu trabalho, mas que talvez não ganhe dinheiro suficiente para se sustentar, ou se uma profissional bem-sucedida financeiramente, mas no fundo uma artista frustrada. Por mais que tente ignorar essas questões, elas ficam rodeando minha cabeça e não há jeito de contê-las. O medo de acabar seguindo o caminho que nunca quis – e acabar perdendo a parte de mim que mais aprecio – faz querer que o tempo pare ou pelo menos que passe mais lentamente.

Confusa e desnorteada, comecei a fazer um planejamento para atingir meus sonhos, mesmo eles  parecendo excêntricos e difíceis. Com a ajuda da equipe profissional da escola que faz parte da minha história há anos, pude finalmente aceitar que há um meio termo entre o financeiro e a paixão, além de receber a orientação e o incentivo de que eu tanto necessito.

Agora as perguntas que ocupam meu pensamento estão mais elaboradas: Por que não sonhar alto, fugindo de um futuro que seja repetitivo, monótono e sem desafios? O que me impede de trilhar meu próprio caminho, deixando que  a paixão pela escrita e pela música comandem minha vida, se são os únicos hobbys para os quais tenho vocação? Dificuldades , preocupação financeira, falta de oportunidades, profissões que parecem inalcançáveis – são questões que fazem parte da vida em si, mas agora, com a mente limpa e renovada, sinto que são obstáculos que ultrapassarei com esforço, dedicação e uma pitada de paixão.

Assim, espero animada por um futuro que parece se aproximar em minha direção cada vez mais rápido e tenho a leve impressão de que, se depender de mim, será motivador. O caminho a ser trilhado não mais me espanta, pois encontrei um equilíbrio entre a cabeça lotada de sonhos e a mente guiada pela razão.

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