Sempre-aluno Da Vinci traz exposição internacional ao ES
18 junho de 2014O Espírito Santo recebe, a partir de 18 de junho, a exposição “Arquitetura, arte e design colaborativo”, de Harry Seidler (1923-2006). O arquiteto é considerado um dos precursores da arquitetura moderna australiana e foi muito influenciado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a prova disso, são os documentos e imagens que foram acrescidos especialmente para a mostra no Brasil, que já passou por Estônia, Bulgária, Canadá e Estados Unidos. A exposição reúne originais, muitos deles realizados à época dos projetos, como modelos arquitetônicos, desenhos e esboços, além de maquetes de esculturas, fotografias, filmes e documentos pessoais de Seidler.
Em parceria com a Fundação Harry Seidler em Sydney, a turnê pelo Brasil, conta com co-curadoria do arquiteto Wilson Barbosa Neto que trabalhou no HSA entre os anos de 2009 e 2010. Wilson é sempre-aluno do Da Vinci. A escola apoia a exposição aqui no estado.
Wilson (direita) é sempre-aluno Da Vinci
Confira a entrevista realizada com Wilson sobre a exposição.
1) Como nasceu a ideia de trazer esta exposição para o Brasil e em especial para o Espírito Santo? Pesou o fato de você ser um capixaba?
O Brasil é uma parada importante da itinerância da exposição “Harry Seidler. Arquitetura, arte e design colaborativo” pelo mundo. A vinda da mostra para o Brasil foi motivada pela relação de amizade e admiração que o arquiteto Harry Seidler teve com Oscar Niemeyer ao longo da sua trajetória profissional. Seidler trabalhou com Niemeyer e foi bastante influenciado por ele ao longo de sua carreira. É nítida a presença da influência das curvas do arquiteto brasileiro na obra do australiano.
A inclusão do estado do Espírito Santo na rota da itinerância da exposição recebeu minha atenção especial. Sou capixaba e isso pesou bastante na escolha dos locais que levaríamos a exposição. Formei-me arquiteto e urbanista em Vitória e sei como é importante a vinda de uma exposição como essa para os cidadãos capixabas, em especial para os estudantes de arquitetura e profissionais do segmento.
2) Você já trabalhou no Harry Seidler and Associates em Sydney e agora está fazendo a curadoria de um dos precursores da arquitetura moderna australiana. Qual é a emoção de poder estar à frente de uma exposição como essa?
Organizar a itinerância da exposição pelo Brasil me faz lembrar a experiência que vivi no escritório do Harry – desafiadora e inesquecível. Fazer parte desse projeto idealizado pela empresa americana Intercontinental Curatorial Project em parceria com a Fundação Seidler Architectural me faz pensar em outros projetos do gênero para o futuro. Está sendo um prazer liderar a organização da itinerância da exposição pelo Brasil.
3) O que as pessoas podem conferir nesta exposição?
Arquitetura, Arte e Projeto Colaborativo é uma exposição itinerante que celebra o nonagésimo ano do nascimento de Harry Seidler, o principal arquiteto australiano do século XX. A exposição apresenta a trajetória de Seidler que levou os princípios da Bauhaus para a Austrália e identifica sua característica distinta frente a metodologia de projeto modernista. Os quinze projetos apresentados na exposição – cinco casas, cinco torres e outros cinco grandes empreendimentos em Sydney – focam nas criativas contribuições feitas por Seidler ao longo de sua vida. Tais habilidades foram herdadas diretamente do fundador da Bauhaus Walter Gropius junto de vanguardas artistas visionários como os arquitetos Marcel Breuer e Oscar Niemeyer, Engenheiro Pier Luigi Nervi, o fotógrafo Max Dupain, os artistas Josef Albers, Alexander Calder, Norman Carlberg, Sol LeWitt, Charles Perry, Frank Stella e Lin Utzon.
4) Você tem algum item exposto favorito?
Vou destacar a Casa Berman, concluída em 1999 no subúrbio de Sydney. A casa fica apoiada no alto de uma formação rochosa com vista para uma reserva ambiental. Nesse projeto, Seidler explorou o uso do vidro para aproveitar o visual da paisagem. Vale destacar o grande balanço da varanda que avança sobre o penhasco. Além dos documentos que relatam a história dessa casa, uma maquete feita especialmente para a itinerância faz parte do acervo.
5) Alunos do Da Vinci das 1as e 2as séries foram convidados para uma palestra sobre a exposição, como será este momento?
Essa momento será uma conversa descontraída sobre os bastidores da exposição. Além dos aspectos relacionados à história do arquiteto, vamos contar um pouco de como essa exposição veio parar no Brasil.
6) Para finalizar, quais as dicas que você pode dar para quem quer seguir na carreira da arquitetura?
Antes de tudo, escolha uma profissão que você terá prazer em dedicar seu tempo de estudo e de trabalho. Caso essa escolha seja a carreira de arquitetura, irrigue sua mente de cultura. Viaje, pesquise, fotografe, compartilhe, estude, converse e aprenda com os melhores.
Serviço
Exposição Harry Seidler. Arquitetura, arte e design colaborativo
Abertura: 18/06 – quarta-feira – (convidados)
19/06 – quinta-feira – (aberto ao público)
Visitação: até 01 agosto
Local: Boulevard Shopping Vila Velha – Rodovia do Sol, 5000, Praia de Itaparica – Vila Velha
Horário: segunda – sábado (13h às 22h)
domingo (13h às 21:h)
Ingresso: Entrada gratuita