Troca de correspondências entre o sempre-aluno Antonio Dadalto e o Da Vinci
18 março de 2014O contato do Da Vinci com seus sempre-alunos não é questão de retórica ou jogada de marketing. É um compromisso do qual não nos descuidamos e uma de nossas tônicas de atuação, o que transparece nas entrevistas que publicamos no site, nos movimentos de aproximação no âmbito do projeto Profissões, nos contatos presenciais ou nas trocas de correspondências que exercemos cotidianamente.
Aproveitando o potencial da rede digital no sentido de reduzir distâncias e ser fórum para boas ideias e reflexões, compartilhamos com a nossa comunidade uma comunicação virtual mantida com o sempre-aluno Antonio Dadalto (estudante da Brillantmont International School), a partir da demonstração de espírito de parceria por parte dele (e com sua autorização expressa).
Antonio é o quinto da esquerda para direita.
Adequação e transparência nas relações, senso ético e atitudes bem-intencionadas, expressão de delicadezas e apropriação de possibilidades pessoais e profissionais são alguns valores que emergem destas linhas e que nos levam a tornar pública uma troca de percepções que tem muito de intimista (não de privativo). Em matéria de educação, o que resulta do diálogo é um olhar para a meritocracia, e não para o marketing pessoal desprovido de sentido. Um estímulo para a boa convivência nesses tempos de tantas fragilidades e inquietações.
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Cara Maria Helena,
Como vão as coisas por aí? À véspera do começo de mais um ano escolar, as obras já devem estar sendo finalizadas; diretora, professores e funcionários trabalhando a todo vapor para receber os alunos da mesma forma acolhedora de sempre, de braços abertos. Quantas saudades! Aqui na Suíça, já estamos na metade do ano e cada vez mais perto das provas oficiais, tempos de tensão. Bem frio como em todos os invernos, mas sem sinal de neve! O inverno tem sido bondoso.
Bem, estava conversando com minha professora de francês Madame Barranque, que deu aulas para Brunella junto com o Signor Georgetti, e ela me perguntou sobre o campo de atividades físicas em Vitória. Seu sobrinho, um jovem francês de 22 anos, formado em Educação Física, está interessado em ir para o Brasil para fazer estágio e ganhar experiência de trabalho em um lugar diferenciado do mercado europeu.
Como sei que a escola está sempre à procura de funcionários que agreguem valor cultural à comunidade, pensei que seria uma ótima oportunidade. Ele fala Francês como língua nativa e domina bem o Inglês. Caso exista alguma vaga ou a Escola esteja interessada, por favor, me avise, para que lhes passe o contato do rapaz.
Fico feliz em entrar em contato e receber algumas informações sobre como andam as coisas em Vitória. Desejo a todos e especialmente a você, querida diretora, um ótimo começo de ano. Que o trabalho seja recompensador e que o Da Vinci conquiste ainda mais vitórias, com mais uma turma dos melhores formandos que o estado produz!
Um grande abraço,
Antonio Dadalto
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Caríssimo Antônio,
Às vésperas de receber seu e-mail, tive acesso ao artigo “MUN, developing the leaders of tomorrow”, da publicação “Courrier”, da Brillantmont. E senti-me orgulhosa em vê-lo participar: você tão bonito como adolescente e tão preparado como estudante.
Concluído o recebimento dos professores para Formação Contínua, passei a me dedicar ao acolhimento aos queridos alunos. E agora reservo um momento, com carinho, para “falar” com você.
Entendo estado de tensão em épocas de provas, mas tenho a certeza de que você cuida de sua formação continuada e aproveita o dia-a-dia para consolidar suas aprendizagens e que, ao final, receberá a recompensa.
Sobre o interesse do jovem francês, sobrinho de sua professora de Francês (e também de Brunella), no sentido de vivenciar uma experiência no Brasil, parece interessante também para a equipe do Da Vinci. Mesmo com nossa predisposição para intercâmbios culturais dessa ordem, há um longo caminho a ser percorrido pelas partes, em termos de organização da estadia de um profissional estrangeiro em nosso país. Há também de se considerar o quadro de professores brasileiros, na área da Educação Física, já existente na escola. Mesmo assim, não descartamos o pensamento de aproveitar a possibilidade.
Brunella chegou hoje a Vitória para divulgar a Viagem Acadêmica Internacional 2014 e aproveitaremos a oportunidade de estarmos juntos, Victor Affonso, Brunella e eu (Pig está na Suíça com os gêmeos, ajudando o pai deles no cuidar, enquanto a mãe está aqui, a serviço), para pensar e discutir um pouco mais sobre o assunto. Mesmo que não tenhamos uma resposta/ proposta imediata, faremos contato com o interessado em ocasião oportuna e quando tivermos algo concreto.
Acredito que, pelos seus contatos com Pietra e os colegas daqui, você receba muitas notícias do que acontece no Espírito Santo e Brasil. Como diz Chico Buarque, “aqui na Terra só se fala em futebol e tem muito samba…”. Não deixe de ler a Veja desta semana, quando poderá comprovar que, como anuncia o próprio Chico, “A coisa aqui está preta”.
Já viu os novos uniformes do Da Vinci? Os alunos estão lindos! A Escola também preparou-se, mais uma vez, para receber os alunos, “com açúcar e afeto”. Chico continua sendo nossa inspiração em muitos momentos.
O resultado do nosso trabalho, mais especialmente o alcançado por nossos alunos no ENEM e em concursos vestibulares de instituições de renome, tem sido um incentivo para a continuidade de nossa busca pela perspectiva cultural, que também se reflete no desempenho acadêmico dos que aqui se formam. Nossos resultados individuais e coletivos mostram-se cada vez mais promissores.
E seus planos para futuro breve, como estão? No aguardo de sua vinda ao Da Vinci para contar-nos, despeço-me com saudades e desejo de sucesso – sem falar no fim da tensão.
Com carinho,
Maria Helena
11/02/2014
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Querida diretora,
Fomos à Singapura para a conferência MUN, onde a foto que lhe enviei foi tirada, e me sinto orgulhoso de poder ter ido à conferência e aplicar o que o Leonardo me ensinou de mais precioso: estar preparado para o mundo. Foram longos debates sobre os mais diversos temas que incluíam nossa economia, vida em sociedade, meio ambiente; em suma, inesquecível. E muito obrigado pelos elogios!
Como havia dito, chegou a semana de provas, mas tudo tem andado muito bem até agora. Certamente fruto de um esforço que será recompensado com o chegar das notas.
Sobre o jovem francês, entendo perfeitamente a situação para os processos de imigração para trabalho, o que com certeza envolve muita burocracia. Acreditando que seja uma possibilidade da qual o Da Vinci pode tirar grande riqueza cultural em outra oportunidade, fico pronto para fazer o trâmite e viabilizar uma proposta de interesse futuro.
Que ótimo que Pig esteja aqui para ajudar com os netos! Acho incrível a maneira como vocês estão lidando com a criação das crianças que, apesar de terem avós morando do outro lado do mundo, os têm tão perto. Sinceros parabéns!
Tenho recebido, sim, muitas informações sobre Vitória e é como se nunca tivesse saído daí. Todos os amigos, minha família e uma grande parte de mim ainda está ai. O que vem me preocupando são as notícias que venho tendo do Brasil como um todo: tanta violência, corrupção, falta de honestidade, impunidade, de tudo um pouco. Não estou feliz com o rumo que nosso país está seguindo de forma alguma e tenho a impressão de que a Copa será um catalisador de grandes acontecimentos. Já me preparei para as eleições e me inscrevi no Consultado de Genebra para poder votar e manifestar minha posição em relação aos atuais e potenciais governantes.
Planejo uma ida ao Brasil para breve (em abril). Visitar a escola está fora da pauta de discussões, é compromisso pétreo na minha lista de prioridades. Os novos uniformes estão muito bonitos mesmo, já vi várias fotos, ficaram ótimos! E nessa ida ao Brasil com sorte poderei aproveitar um pouco do sol, que por aqui não tem dado as caras.
Por fim, agradeço pelo grande carinho. É realmente especial poder manter uma boa conversa, depois de tanto tempo.
Deste sempre- aluno, um grande abraço para todos.
Antonio Dadalto
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Caríssimo Antonio,
Apreciei sua primeira comunicação, para tratar de interesses de profissional daí para integrar nossa equipe daqui, assim como a demonstração de delicadezas fundamentadas no vínculo que você nunca deixou de manter com o DA Vinci, seja pelas lembranças positivas, seja pelas visitas em todos os seus períodos de recesso, quando faz questão de assistir às aulas uniformizado e seguindo as normas/regras abraçadas por nossa instituição.
Senti-me mais feliz ainda com seu segundo contato, quando tornou visível seu empenho em buscar a excelência pessoal/profissional, em tão tenra idade, e mostrou-se capaz de interpretar o movimento de minha/nossa família também no contexto pessoal/profissional, sempre em busca de qualidade em Educação e de relações humanas movidas por afetos e partilhas. Assim, pude sentir a distância entre nossas idades diminuir e as credibilidades entre nós, de tão diferentes gerações, aumentar.
É uma honra para nós tê-lo como sempre-aluno, recebê-lo sempre quando quiser nos visitar e acompanhar suas aquisições/conquistas por mérito próprio. E um privilégio repartir com você essas expressões de delicadezas.
Meu forte abraço,
Maria Helena