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Viagem Acadêmica às Grutas

8 agosto de 2017

Por Antônio Carlos Pacheco Filho e João Duarte Saleme de Sá

As viagens acadêmicas no Da Vinci assumem caráter sociocultural, visando à formação de sujeitos pensantes, críticos e interferentes na realidade. O espírito observador e a responsabilidade cidadã, o registro do vivenciado/aprendido e a produção cultural são os pilares dessas iniciativas, que sempre ensejam uma preparação prévia com os alunos-viajantes e uma avaliação fundamentada sobre ganhos e dificuldades vivenciados em cada evento, na etapa de Pós-Viagem.

Os focos de trabalho da Viagem Acadêmica do 6° ano foram as Grutas de Minas Gerais e as pinturas rupestres, em uma abordagem histórica, científica e artística, e parte da obra do escritor Guimarães Rosa. Dessa maneira, por meio das dimensões histórico-geográfica e artístico-cultural, promoveu-se a integração de saberes, objetivos e resultados. O roteiro é uma criação autônoma da Escola e prioriza a perspectiva cultural e alguns centros de interesse, para que melhor se atenda à inter-relação com conteúdos pedagógicos e a conexão entre áreas do conhecimento.

Em relação aos anos anteriores, a Viagem de 2017 trouxe uma agradável surpresa: durante a visita ao Museu de Ciências Naturais da PUC, nossos alunos puderam experimentar o contado com um dos maiores paleontólogos atuantes no Brasil, que possui renome mundial: o professor Castor Cartelle Guerra.

De origem espanhola, Cartelle tem mestrado em geociência pela UFRS e doutorado em morfologia pela UFMG. Além disso, é também curador da Coleção de Paleontologia da PUC Minas, presidente da Câmara de Infraestrutura do Conselho de Política Ambiental de MG (Copam), conselheiro do Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte e titular da Fundação de Meio Ambiente do Estado (Feam). Tem ainda experiência na área de Zoologia, com ênfase em Paleozoologia.

O professor de Ciências do 6º ano, prof. Antônio Carlos, assim descreveu poeticamente o encontro com o prof. Cartelle:

“No centro dos alunos, a regência: o grande maestro, espanhol de nascença, compondo, (des)compondo e (re)montando as peças tiradas do passado para construírem o presente das crianças.

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Prof. Cartelle entre inúmeras peças em sua mesa. (PUC-MG)

Apaixonado pela vida, a de ontem e a de hoje, o professor Cartelle permitiu o pouso de vários olhares “davincianos” sobre suas peças. Espalhadas em um portentoso laboratório, permitiram-se contar um pouco da história de suas vidas aos alunos, avidamente “perturbados” com tamanha beleza e autenticidade.

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Prof. Cartelle mostrando aos alunos um coprólito. (PUC-MG)

De Lund à Luzia, do Megatherium ao Smilodon, passando pela história santa da lagoa e pelos contadores de Rosa, o encontro com o prof. Cartelle nos pegou de surpresa. E a surpresa, prontamente armada, deparou-se com a vigília dos nossos olhos. 

Suavemente, o professor nos deixou um legado importantíssimo. 

– Toquem, meus caros alunos, somente com o olhar. Tocamos, professor. Tocados, tocamos as mais belas e, até então, intocadas peças. Tocamos, professor, com a alma curiosa das crianças. Tocamos, enfim, uma canção mágica que se traduz na magia de se tocar com os olhos.”

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