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Poema em homenagem à Pignaton

28 março de 2019

Confira o poema criado pelo professor Paulo de Tarso Rezende Ayub, em homenagem a Pignaton, declamado no evento do Instituto Ponte, na manhã da quarta-feira, 27 de março, durante a aula inaugural da nova turma do Instituto, a turma José Antonio Gorza Pignaton.

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PIGNATON EM CANÇÕES

Frente aos tantos atributos
Do nosso fundador Pignaton
Poderia erguer um pedestal de palavras
Para lhe prestar tributo.

Mas pela simplicidade que era sua marca
Há que se moldar um busto lírico
Sem excessos de retórica
Com alicerce em traços visíveis
Em sua personalidade única.

Espírito agregador, inteligência rara
Homem de muito agir, pouco propagar
Divisor de águas e fluxos
Na trajetória da educação.

Arquiteto do Saber
Arquitetado com sabor
Era um construtor de pontes
Entre pessoas e instituições
Mediador de vínculos
Entre empreendedores e empreitadas.

Do cultuador da boa música
Do erudito Verdi à sábia MPB
Vem-me a licença poética
Do canto de plenitude
Para retratar o perfil
Do nosso velho porteiro
Como a poesia o intitulou
Em rompante de genialidade.

Trago lampejos de uma existência
Que, na sofisticação da simplicidade,
Soube expressar o essencial
O invisível aos olhos e aos corações
Exemplo vívido, memória pulsante.

Gracias a la Vida
Que me ha dado tanto
Graças à Vida
Por nos ter dado Pig
Como nuestro hermano
Na intimidade do convívio
Do labor diário
Da cultura em perspectiva.

No epitáfio de sua trajetória
Não há lugar para arrependimento
Por ter amado menos
Era ele um poço de amor
Não há que se perdoar no Mestre
A cara amarrada, a falta de abraço
Porque sempre se desdobrou
Em acolhida e generosidade.
Foi dele que nos veio a ideia
De uma nova consciência e juventude
Com a autoconsciência
De que não é vergonhoso
Ainda sermos os mesmos
E vivermos como nossos pais
E mestres.

Na canção de Pedro de Alcântara,
O Patrono inspira o Mentor
No coro da comunidade Da Vinci
E no vocal do Instituto Ponte
Pignaton é como trilha sonora
Presente que o trem-bala da vida
Aportou perto e dentro de nós.

Nossa atitude é de inspiração
Para seguirmos em frente
Na contracena do show da vida
Na arte dos encontros e despedidas
Na ponderação do imponderável.

Sem nos render aos lapsos de memória
Somos herdeiros comprometidos
Com as tantas crenças que nos incutiu:
Esperança de um mundo melhor
Confiança no protagonismo juvenil
Transformação da realidade
Materialização de sonhos.

E em resposta ao Tempo
Que se rói com inveja de nós
Pelos entretempos do convívio
Deixemos falar Fernando Pessoa
O poeta do desassossego
Como porta-voz de todos por um.

O segredo não está no Tempo em si
Mas na intensidade do vivido
Nos momentos inesquecíveis
Nas coisas inexplicáveis
Nas pessoas incomparáveis.

Incomparável como você, Pignaton
Que agora intitula nosso Teatro
E que doravante terá seu nome
Honrado em espaços e escolas
Expresso em propagações e silêncios.
Guardado em mentes e íntimos.

Arquiteto do Saber
Executor de Pontes
Homem que inspira o outro
Educador do desassossego.

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