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Em busca do Santo Graal: uma aventura literária

22 setembro de 2017

Por Rafaela Dantas

Durante o segundo período, os alunos dos sétimos anos tiveram a oportunidade, ao longo das aulas de Literatura, de ler, interpretar e discutir o clássico O rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda, de Sir Thomas Malory, com adaptação do importante nome da literatura infantojuvenil brasileira, Ana Maria Machado. Como parte da seleção de livros elencados para essa faixa etária, a leitura da obra teve como objetivos possibilitar uma reflexão sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo – papel intrínseco ao ato de ler – e despertar o prazer pela leitura literária, em especial a canônica, contribuindo, dessa forma, para a formação de leitores críticos e autônomos, responsáveis pela própria constituição de sua bagagem literária.

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Tal leitura, realizada sobretudo durante as aulas de Literatura, ganhou uma tradução diferente: a partir do olhar criativo dos alunos, transformou-se em um jogo de tabuleiro, totalmente baseado na narrativa lida por eles. Imersos no mundo medieval de Artur e de seus cavaleiros, os estudantes, à medida que davam aprofundamento aos conhecimentos acerca da obra estudada, selecionavam os eventos mais relevantes, registrando-os em seus cadernos, para posteriormente utilizá-los na confecção do jogo.

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A composição se deu em duas etapas: na primeira, cada aluno selecionou um personagem da obra para representá-lo enquanto jogador. A partir das informações de nomes como Uther, Igraine, Lancelote e o próprio rei Artur, os estudantes escreveram uma ficha própria, contendo o perfil e as principais informações do personagem escolhido. Na segunda etapa, em grupo, produziram fichas chamadas de “desafios”, que consistiam em breves narrativas baseadas nos acontecimentos marcantes da obra. Ao avançarem pelas casas do tabuleiro, cada personagem/jogador se deparava com um desses desafios, que deveria ser cumprido para garantir a permanência no jogo. Nesse momento, eventos como a paixão de Uther por Igraine, o nascimento de Artur, o seu coroamento como rei da Inglaterra, a escolha dos cavaleiros da Távola Redonda e a busca pelo Santo Graal (evento que inclusive deu nome ao jogo) foram ganhando uma nova leitura na linguagem dos board games. Dessa maneira, cada estudante precisou, a partir de um conhecimento aprofundado de cada personagem, percorrer caminhos estratégicos para vencer o jogo.

Ao final das etapas, os alunos puderam, em seus respectivos grupos, vivenciar momentos lúdicos junto a seus pares. Relembraram, nesse momento, de toda a narrativa lida, ao entrarem em contato com os próprios textos que produziram a partir dela. O produto final desse processo foi criado, dessa forma, a partir da interpretação e da discussão da obra, levando os alunos a conhecerem melhor as características de cada personagem e os eventos que a compõem. Toda a atividade, marcada por grande envolvimento e entusiasmo dos estudantes, deixou a leitura literária muito mais prazerosa e significativa, ao transpor os limites do texto e transformá-lo em algo palpável e divertido.

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