Notícias

Ao mestre Pignaton, uma presença que nunca se ausentará

23 julho de 2018

É maior que nós: estamos todos nos sentindo um pouco órfãos. A visita sorrateira do destino inescapável a todo humano, para subtrair de nosso convívio alguém que sempre nos pareceu inquebrantável, deixa-nos em suspenso, num misto de passividade e tristeza que a linguagem não dá conta de expressar.

Domina-nos um desejo imenso de estarmos mais juntos de Maria Helena,  Victor e Brunella (e de todos os demais familiares) para compartilhar nosso sentimento de pertença e solidariedade, como membros de uma orquestra por tantos anos regida com foco e sensibilidade pelo maestro a partir de agora silente, mas só na dimensão física.

Com Pignaton aprendemos que família é celeiro de virtudes e espaço para exercitar o respeito às diferenças; que educação de qualidade não é para estreantes ou personalistas; que ideários se cultivam à base de muita perseverança; que o exemplo vivo é muito mais contundente que discursos ensaiados.

DSC02365

FOTO DA FAMÍLIA DO PIG

A morte precoce retira de nosso convívio o homem de carne e osso, mas deixa impregnado em nós o mantenedor que sempre fez questão de ser o primeiro a chegar ao ambiente de trabalho; o gestor que nunca se descuidou de sua aptidão natural para o magistério; o viajante de múltiplos conhecimentos e conexões que os aplicava desde as conversas mais corriqueiras até as situações mais complexas; o empreendedor que se empenhou em dividir e em multiplicar seu legado para outros colaboradores. Em suma, um homem como poucos.

Por razões que a própria razão desconhece, a morte o arrebata justo agora, quando assumiria oficialmente o papel de conselheiro que sempre exerceu de fato; em que projetava um refrigério das atribulações do cotidiano com sua eterna companheira de jornada; em que começava a desfrutar mais intensivamente os frutos de suas conquistas sorvendo da vida as emanações que acabam nos distraindo de lembrar que ela é um sopro.

IMG-20180722-WA0038

Com o coração entristecido, o olhar lacrimejante e o espírito em recolhimento, diante da constatação de nossa finitude,  vimos de público manifestar o consolo que nos resta por haver convivido tão estreitamente com alguém que passou por aqui (e agora o faz em outro rito de passagem)  a surpreender, sem fazer alarde; a demonstrar que no jogo da vida e da morte não há nada a fazer além de cultivar a autenticidade e a sabedoria como formas de perpetuação.

Afetuosamente,
A comunidade de colaboradores, alunos e pais do Centro Educacional Leonardo da Vinci.

Tags: ,